Lançado nesta semana durante um dos meetups da SIM São Paulo, o fórum de discussão (A)gente da Música une profissionais que atuam no agenciamento e gestão de carreiras musicais por todo o Brasil. “A SIM é o principal evento do mercado da música na América Latina, então pra gente na verdade foi excelente lançar durante a SIM São Paulo porque a gente já consegue falar com o mercado todo, se posicionar para o coletivo do mercado de uma forma mais ampla, então a gente só agradece a SIM São Paulo pelo espaço e agora as agências vão todas seguir aí ocupando o resto da programação da SIM. Inclusive fazendo um outro meeting em parceria com a MMF Latam e a Abrafin no dia 18 de novembro juntando as agências e os festivais latino-americanos”, diz Ricardo Rodrigues, um dos criadores do fórum.
A proposta que surgiu organicamente a partir de grupo de WhatsApp que reunia agencias de todo o país para trocar informações, divulgação, contatos de fornecedores. Ricardo Rodrigues fazia parte dessas conversas e explica o momento em que eles perceberam a necessidade de focar em algo mais específico: “A gente não tinha ainda uma ação prática conjunta, não tinha uma representatividade e tal, então a gente já discutia isso e pensou: vamos criar um espaço aqui mais focado nessa discussão. Criamos outro grupo e começamos a discutir o que que nos unia, quais eram as nossas características mais fortes e quais eram nossas preocupações mais fortes que a gente deveria se posicionar para defender. E foi aí que surgiu a pauta do midstream como algo que nos une, um termo que nem é tão utilizado, um termo meio recente, mas que diz muito do que é da nossa preocupação e o que nos une, que é a ideia de ter uma faixa profissional no mercado que é sustentável, de pessoas que conseguem se dedicar exclusivamente à música, a partir da profissionalização sem estar diretamente envolvido ou responder aos grandes agentes da música ou do mercado do mainstream”. Diz ele.
O (A)gente Cultural surgia com um olhar para a união, troca e soma para a construção de uma frente ampla para lutar pelo desenvolvimento do mercado musical brasileiro sob a perspectiva desse setor. A ideia é garantir que mais pessoas possam viver da música.
“E para isso, a profissionalização é importante, o trabalho em rede é importante e esse legado que nós construímos especialmente nos últimos 15 anos da música tida como independente, música não ligada aos grandes conglomerados, que se fortaleceu, a gente tá com medo né do impacto dessa crise ser tão forte e fazer com que a gente perca muito do que a gente conquistou nesses 15 anos. Então a ideia é se unir para fazer com que isso não aconteça, bem na ideia de um ajudar o outro mesmo, de criar uma troca de experiências e posicionar frente ao mercado de forma conjunta para ter força mesmo e a gente seguir em frente, então é uma preocupação muito grande nesse sentido”, explica Ricardo.
O fórum vem em um momento em que os agentes terão uma difícil tarefa, a de se estruturar de forma coletiva e solidária diante da nova realidade do mercado musical pós pandemia.
“O coletivo é muito diverso, tem pessoas que trabalham há muitos anos no mercado da música e tem gente começando agora. Então tem uma parte do coletivo que tenta nivelar a formação, garantir o acesso à informação, o acesso às oportunidades de formação e conteúdo igual para todos, para que a gente possa trabalhar junto e ao mesmo tempo também tem uma boa parte da galera mais experiente que quer garantir que essa representatividade seja forte para poder brigar também, lutar e defender os artistas e os projetos frente às outras redes. Tem um objetivo muito forte de representatividade também”, conclui Ricardo.
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