

Haroldo Bontempo
Acima de qualquer coisa, este EP é um retrato meu sem filtros. Tenho 26 anos e comecei minha carreira oficialmente com 19, em uma banda de indie rock/rock psicodélico cujas maiores referências eram Boogarins e Badbadnotgood, com 22 anos iniciei uma carreira solo voltada ao que eu mais estudo e gosto no universo musical, que é a música brasileira e por muito tempo eu mantive essas duas personalidades em paralelo. Todos meus lançamentos anteriores continham estudos e experimentações (com os Mineiros da Lua; Turbulência [EP-2017], Queda [2019] e Memórias do Mundo Real [2021] e em carreira solo; Músicas para Travessia [2020] e Haroldo Bontempo [2022]) mas foi só agora, neste EP, que eu fundi os universos da Nova MPB e do Indie Brasileiro em um trabalho só, sem filtros, sem conceitos e sem limites.
Digo sem conceitos por quê não houve um norte durante a produção deste EP, ele é o fruto de pouco mais de um ano de experimentações no estúdio Cais em Belo Horizonte, junto a Bernardo Bauer e Felipe D’Angelo (donos do estúdio, co-produtores e membros da banda Moons) e, em devido momento, junto à João Donato no Rio de Janeiro. O que une essas cinco faixas é o espectro delineado por Tim Bernardes na canção ‘’Eu Confesso’’ (2014), o estilo Indie Hippie Retrô Brasileiro. Ao longo dessas cinco faixas tem tudo quanto é referência, tem bossa nova inspirada em Luís Bonfá e Quarteto em Cy, tem samba rock que bebe do Afro-Sambas e de Carlos Santana, ‘’Manhãs no Cais’’ já vai pra onda do indie e space folk mineiro, com um pouquinho de Moons, um pouquinho de Andy Shauf, ‘’Sobe e Desce’’ é um jazz fusion com temperos latinos e construída sob o ritmo do funk carioca (com uma pitada do Santana também) e ‘’Risada’’, bom, ‘’Risada’’ é um resumo da obra, uma canção bem donateana, bem MPB mas com uma guitarra modulante de quem, além de escutar bossa nova, também escuta Mac DeMarco.







